Encontramos poucas referências nos livros de história sobre a vida das crianças e seus brinquedos em épocas passadas. Os historiadores nos contam sobre as guerras, estratégias políticas e tratados de paz. Dedicam livros e livros sobre como eram as sociedades antigamente, mas quase nunca vemos menções ao lado lúdico da vida infantil.
Uma das poucas chances de conhecermos sobre a infância de antigamente é observar algumas pinturas do século XVII, que retratam cenas de meninas abraçadas a pequenas bonecas rígidas ou crianças brincando com animais. A pintura de época é uma das melhores fontes para termos uma idéia de como era a vida cotidiana naqueles tempos.
Alguns arqueólogos descobriram algumas peças avulsas de móveis e porcelanas em miniatura que muito provavelmente fizeram parte de uma casa de bonecas antiga, como miniaturas de utensílios domésticos provenientes do Antigo Egito, da Grécia Clássica e da Antiga Roma. Várias escavações realizadas por arqueólogos em Londres, trouxeram à tona um pequeno barril de vinho do século I d.C., uma miniatura em bronze de uma panela e um vaso de argila pintado em verde e datado provavelmente da segunda metade do século XIV. O que confirmou a originalidade dessas miniaturas foi o fato de que eram reproduções exatas de peças existentes nas respectivas épocas.
Não existem dados sobre a existência de casas de bonecas anteriores à metade do século XVI, mas existem alguns historiadores que desmentem esta tese. Uma das maiores estudiosas do assunto, Flora Gill Jacobs, menciona a descoberta de uma cadeira de balanço em miniatura, além de outras peças, encontradas em Londres, possivelmente fabricadas durante o reinado de Carlos I. Estas recentes descobertas nos levam a crer que talvez possam surgir novas provas que demonstrem que as Casas de Bonecas datem de épocas mais remotas.
Uma das poucas chances de conhecermos sobre a infância de antigamente é observar algumas pinturas do século XVII, que retratam cenas de meninas abraçadas a pequenas bonecas rígidas ou crianças brincando com animais. A pintura de época é uma das melhores fontes para termos uma idéia de como era a vida cotidiana naqueles tempos.
Alguns arqueólogos descobriram algumas peças avulsas de móveis e porcelanas em miniatura que muito provavelmente fizeram parte de uma casa de bonecas antiga, como miniaturas de utensílios domésticos provenientes do Antigo Egito, da Grécia Clássica e da Antiga Roma. Várias escavações realizadas por arqueólogos em Londres, trouxeram à tona um pequeno barril de vinho do século I d.C., uma miniatura em bronze de uma panela e um vaso de argila pintado em verde e datado provavelmente da segunda metade do século XIV. O que confirmou a originalidade dessas miniaturas foi o fato de que eram reproduções exatas de peças existentes nas respectivas épocas.
Não existem dados sobre a existência de casas de bonecas anteriores à metade do século XVI, mas existem alguns historiadores que desmentem esta tese. Uma das maiores estudiosas do assunto, Flora Gill Jacobs, menciona a descoberta de uma cadeira de balanço em miniatura, além de outras peças, encontradas em Londres, possivelmente fabricadas durante o reinado de Carlos I. Estas recentes descobertas nos levam a crer que talvez possam surgir novas provas que demonstrem que as Casas de Bonecas datem de épocas mais remotas.
* A Primeira Casa de Bonecas:
Em 1558, o Duque da Baviera, Albrecht V, fez construir para sua filha uma casa de bonecas que até hoje é testemunha da existência, já naquela época, deste tipo de brinquedo.
Provavelmente para ele, este presente era mais um entre tantos que oferecia a sua filha, mas na realidade, este ato foi um marco definitivo na história das casas de bonecas. O próprio Duque ficou apaixonado pela casa, tanto que decidiu incluí-la em sua coleção de arte e raramente permitia à filha que brincasse com ela.
Infelizmente esta esplêndida casa em miniatura foi queimada em um incêndio que destruiu o palácio ducal em 1674, restando somente um inventário completo da casa e de todos os objetos decorativos. Ficaram registrados, por exemplo, o nome do marceneiro que construiu a estrutura, os artesãos e decoradores que trabalharam no projeto e que a casa tinha 4 andares. No porão ficavam as cocheiras, a leiteria, a cantina e a dispensa. No térreo, ficavam a cozinha e um escritório. E no lado externo, um jardim e uma horta. No primeiro andar, a sala de estar e a sala de baile. No segundo andar ficavam os aposentos e uma capela, fato comum em algumas residências da nobreza daquela época.
Imaginamos que esta casa de bonecas em particular deva ter suscitado admiração entre os frequentadores da família do Duque da Baviera, o que nos leva a supor que um objeto de tanto valor como este, com sua capela e salão de bailes, decorada com pesadas cortinas e tapeçarias, provavelmente não tenha sido a primeira do gênero a ser fabricada. A sua magnificência sugere que, sem sombra de dúvidas, tenha sido uma das mais suntuosas já fabricadas e que descendia de outras casas de bonecas menos magníficas, que provavelmente desapareceram com o passar do tempo.
Assim, a história das Casas de Bonecas começa na Alemanha do século XVI e, em seguida, nos Países Baixos no século XVII. As casas de bonecas inglesas surgiram no início de 1700 e na América do Norte, no fim do mesmo século.
Provavelmente para ele, este presente era mais um entre tantos que oferecia a sua filha, mas na realidade, este ato foi um marco definitivo na história das casas de bonecas. O próprio Duque ficou apaixonado pela casa, tanto que decidiu incluí-la em sua coleção de arte e raramente permitia à filha que brincasse com ela.
Infelizmente esta esplêndida casa em miniatura foi queimada em um incêndio que destruiu o palácio ducal em 1674, restando somente um inventário completo da casa e de todos os objetos decorativos. Ficaram registrados, por exemplo, o nome do marceneiro que construiu a estrutura, os artesãos e decoradores que trabalharam no projeto e que a casa tinha 4 andares. No porão ficavam as cocheiras, a leiteria, a cantina e a dispensa. No térreo, ficavam a cozinha e um escritório. E no lado externo, um jardim e uma horta. No primeiro andar, a sala de estar e a sala de baile. No segundo andar ficavam os aposentos e uma capela, fato comum em algumas residências da nobreza daquela época.
Imaginamos que esta casa de bonecas em particular deva ter suscitado admiração entre os frequentadores da família do Duque da Baviera, o que nos leva a supor que um objeto de tanto valor como este, com sua capela e salão de bailes, decorada com pesadas cortinas e tapeçarias, provavelmente não tenha sido a primeira do gênero a ser fabricada. A sua magnificência sugere que, sem sombra de dúvidas, tenha sido uma das mais suntuosas já fabricadas e que descendia de outras casas de bonecas menos magníficas, que provavelmente desapareceram com o passar do tempo.
Assim, a história das Casas de Bonecas começa na Alemanha do século XVI e, em seguida, nos Países Baixos no século XVII. As casas de bonecas inglesas surgiram no início de 1700 e na América do Norte, no fim do mesmo século.
* A Casa da Rainha Mary:
Esta obra prima é considerada a mais espetacular casa de boneca já criada, por suas dimensões, magnificência, opulência e precisão de detalhes. Ela foi projetada por Sir Edwin Lutyens em 1924, que contou com a colaboração da famosa paisagista Gertrude Jekyll.
Para se ter uma idéia da preocupação com os detalhes, os minúsculos livros da biblioteca foram escritos por famosos escritores da época como Max Beerbohm, A.E. Housman e Sir James Barrie.
Para se ter uma idéia da preocupação com os detalhes, os minúsculos livros da biblioteca foram escritos por famosos escritores da época como Max Beerbohm, A.E. Housman e Sir James Barrie.
Para saber mais acesse o site: Royal Collection Trust
Todos os itens da casa foram feitos sob medida na escala internacional 1/12 e ela apresenta uma incrível curiosidade: o fato de todos os mecanismos e equipamentos da casa funcionarem, incluindo o sistema hidráulico, o sistema elétrico e dois elevadores. Esta fantástica casa de bonecas se encontra hoje para visitação no Castelo de Windsor, Inglaterra. |  |
 | O hall de entrada é todo em mármore, seja nos pavimentos como nas paredes, que juntamente com as estátuas de cavaleiros criam a perfeita atmosfera de um castelo. Os candelabros e o relógio de carrilhão funcionam e as pinturas foram feitas por famosos artistas locais. O teto foi todo revestido em folhas de ouro e com detalhes entalhados a mão. |
Este dormitório foi projetado em seus mínimos detalhes, com sua esplêndida cama de dossel, lareira e tapeçarias. Podemos até imaginar o gramofone que nos envolve com sua música relaxante e a garrafa de boa safra de um vinho proveniente das adegas reais nos mostra alguns costumes da realeza da época. Os móveis e acessórios foram todos produzidos por famosos artesãos. |  |
 | A cozinha não apresenta a mesma elegância do resto da casa, provavelmente porque na época era um ambiente destinado somente aos serviçais. Os utensílios encontrados são da época, como um passador de verduras ou um triturador de carne. O forno conserva características de tempos mais remotos, sendo de funcionamento a carvão, pois eles acreditavam que o gás alterava o sabor dos alimentos. |
Esta sala-biblioteca possui muitas peças que são reproduções exatas que podem ser vistas em tamanho natural no próprio Castelo de Windsor. As paredes são cobertas com seda indiana e os tapetes são de pura lã, feitos à mão sob encomenda. Os livros feitos na escala são perfeitos e neles podemos encontrar, em letras minúsculas, as mais belas prosas escritas por escritores da época. |  |
* A Casa de Petronella Dunois:
Petronella Dunois (1650-1695), filha de um importante funcionário do Tribunal de Haia, encomendou esta esplêndida casa de bonecas, em 1676, quando era já uma mulher de 26 anos, levada por sua pura paixão pelas miniaturas.
No ano seguinte, ela se casava com Pieter van Groenendijck, presidente do tribunal civil de Leiden, e sua casa de bonecas passou a fazer parte da decoração de sua nova moradia. Foi passada de geração em geração entre as mulheres da família pelos 250 anos seguintes e em 1934 foi doada ao Museu Rijksmuseum de Amsterdam, na Holanda.
No ano seguinte, ela se casava com Pieter van Groenendijck, presidente do tribunal civil de Leiden, e sua casa de bonecas passou a fazer parte da decoração de sua nova moradia. Foi passada de geração em geração entre as mulheres da família pelos 250 anos seguintes e em 1934 foi doada ao Museu Rijksmuseum de Amsterdam, na Holanda.
Para saber mais acesse o site: Rijksmuseum
Esta é uma típica casa-armário, ela tem 200 cm de altura, 149 cm de largura e 56 cm de profundidade. As casas de bonecas desta época apresentavam a seguinte distribuição interna: nos andares superiores ficavam alojados os locais destinados aos serviços, como a dispensa para o armazenamento do carvão e a lavanderia, como também o quarto das crianças. No primeiro andar encontramos um grande dormitório forrado em chintz e uma sala de visitas. No andar térreo ficam a dispensa, a cozinha e a sala de jantar. |  |
 | O quarto dos recém nascidos e das puérperas era uma parte muito importante das casas do século XVII e, apesar de Petronella nunca ter tido filhos, foi um dos cômodos ao qual mais se dedicou. Neste quarto podemos notar a presença de uma lareira em mármore e seus acessórios em prata. Os móveis foram feitos em madeira, revestidos em seda e representam uma das melhores reproduções da época. |
Na lavanderia podemos ver a presença de vários cestos de vime, cuja características não mudaram muito nos últimos 300 anos. No varal suspenso, vemos algumas roupas da época em detalhes, como camisas, echarpes e fraldas de recém-nascidos. |  |
 | Ao lado, podemos ver em detalhe, um armário em miniatura feito em carvalho maciço, artisticamente entalhado em oliveira. As porcelanas são provenientes de Meissen e são decorados com minúsculas flores e dispostas alternadamente. Dentro do armário vemos toda a roupa-de-casa, organizada sobre prateleiras recobertas por toalhas ricamente rendadas. |
* A Casa de Ann Sharp:
Sobre a lareira da casa de Ann Sharp vemos um retrato da Rainha Anna, da Inglaterra. Foi a própria soberana que presenteou sua afilhada Ann Sharp, uma dos 14 filhos de John Sharp, arcebispo de York, com essa maravilhosa casa de bonecas. Esta casa foi construída provavelmente em 1700 e sabe-se que Ann continuou a decorar e comprar móveis e acessórios para sua casa até o ano de sua morte em 1771.
Esta é provavelmente uma das casas de bonecas mais antigas da Inglaterra e entre seus tesouros mais interessantes vemos uma casa de bonecas em miniatura e teatrinhos de fantoches. Esta casa é habitada por uma família completa e seus serviçais e todos têm seu nome escrito em um pedaço de papel, como um crachá.
É uma casa-armário, com 9 cômodos e na parte superior uma estante cheia de miniaturas diversas e curiosidades. Tem 173 cm de altura, 173 cm de largura e 53 cm de profundidade. No terceiro andar ficam o suntuoso quarto do casal, uma sala de convalescença e o quarto da "milady" da casa. No segundo andar, temos uma sala de estar, uma sala de jantar e a cozinha. E no primeiro andar, estão dispostas a dispensa e as dependências de serviço, que naquela época ainda eram instaladas no andar inferior. |  |
 | A grande maioria das casas de bonecas deste período, dispunham de uma sala de convalescença ou de repouso para a mamãe e o recém-nascido. Era aqui nesta sala que a futura mamãe passava grande parte dos 9 meses de sua gestação, onde recebia visitas e preparava o enxoval todo bordado a mão e após o parto passava o período do puerpério. |
Ao lado, o boneco-proprietário da casa "My Lord Rochett", vestido com uma roupa de algodão rosa, com acabamento em bordado prateado, meias em seda e uma peruca. Nota-se o papel escrito com o nome do boneco preso por um alfinete à sua roupa. A casa das bonecas foi feita com papelão e o mesmo vale para toda a mobília que inclui um relógio de pêndulo, mesas de aba, banquinhos, espelhos, penteadeiras, fogão, cômodas e muitos outros artigos. |  |
 | Um dos acessórios mais originais da casa é sem dúvida este porta-pratos em bronze. Eram muito usados nestas habitações, onde eram organizados grandes eventos sociais, jantares e festas. Várias gerações da família valorizaram a casa ao longo dos anos mas agora ela é vista cercada por brinquedos de metal e plástico da nova geração. A casa de boneca de Ann Sharp tem sido o ponto de partida para qualquer pesquisa sobre casas de bonecas, mostrando a evolução através do tempo nas estruturas e nas decorações internas e externas. |
* A Coleção Thorne
Os ambientes em miniatura Thorne são um conjunto de aproximadamente 100 modelos em miniatura de aposentos criados entre 1932 e 1940 sob a direção de Narcissa Niblack Thorne. Acredita-se que noventa e nove dos quartos ainda existam e que talvez um único tenha sido perdido.
A maioria da coleção que conta com 68 peças estão em exibição no Art Institute of Chicago, enquanto 20 estão no Phoenix Art Museum, outras 9 peças se encontram no Knoxville Museum of Art, 1 única peça está no Children's Museum de Indianápolis e a última se encontra no Kaye Miniature Museum em Los Angeles.
As salas do Art Institute documentam os interiores das casas européias do final do século XIII a 1930 e os interiores das casas americanas do século XVII a 1930. Construídos em uma escala de 1/12, os quartos são em grande parte feitos com os mesmos materiais que os quartos de tamanho normal e alguns até incluem obras de arte originais.
Os quartos em miniatura foram ideia de Narcissa Niblack Thorne, que nasceu em 1882 em Vincennes, Indiana. Ninguém sabe ao certo como ela desenvolveu o amor pelas miniaturas que durou sua vida inteira. Alguns historiadores dizem que durante sua infância, seu tio Albert Parker Niblack, um vice-almirante da Marinha dos Estados Unidos, enviou-lhe muitas miniaturas de casas de bonecas antigas de todo o mundo. Outros acreditam que a ideia também se desenvolveu a partir da coleção de móveis e acessórios domésticos que ela começou a montar durante a sua infância, por volta de 1900, e seu desejo de abrigar e exibir esses itens. Outra inspiração pode ter sido uma caixa em miniatura que ela encontrou em um bazar em Istambul durante a década de 1920.
Quando ela tinha 19 anos, Narcissa se casou com o herdeiro da loja de departamentos Montgomery Ward, James Ward Thorne, cuja fortuna ajudaria a financiar seu hobby. Em 1930, ela já estava se tornando uma especialista, estudando e pesquisando arquitetura de época, design de interiores e artes decorativas para criar esboços e plantas de quartos em miniatura para abrigar miniaturas de sua casa de boneca e outros móveis em miniatura.
Por volta de 1930, ajudada pela depressão e pela necessidade de liquidação de dívidas pelas famílias empobrecidas, Narcissa conseguiu adquirir uma grande quantidade de miniaturas por preços tão vantajosos que foi preciso alugar um estúdio para abrigar a coleção. E no mesmo período, ela teve acesso a alguns dos maiores arquitetos, designers de interiores e artesãos dos Estados Unidos, que entre 1932 e 1940 criaram aproximadamente 100 "quartos de época" sob sua direção. No total, acredita-se que 99 dos quartos ainda existam.
Alguns dos quartos Thorne são réplicas em miniatura de quartos reais e muitas vezes incluem tigelas de prata, lustres de cristal e até obras de arte, pinturas e esculturas originais em miniatura.
Em 2010, o Art Institute of Chicago começou a decorar alguns dos quartos Thorne com decorações de Natal, Hanukkah e Ano Novo, usando acessórios e enfeites adequadas à época para cada uma das salas envolvidas. Lindsey Mican Morgan, que é responsável pelos quartos no Art Institute, começou a prática de decorar os quartos para as festas após descobrir o grande afeto de Thorne pelo Natal enquanto pesquisava.
Abaixo, alguns dos mais famosos Thorne Rooms expostos no Art Institute of Chicago. É impressionante como esses ambientes parecem reais, tão grande é a perfeição dos detalhes.
 Período Luis XV 1740-60 |  1850 |  Período Tudor Tardio 1550-1603 |
 1775 |  |  1760-75 |
 1770-1800 |  Período Luis XVI |  1625-55 |
 Período Regência 1810-20 |  Estilo Gótico 1275-1300 |  1835 |
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